Alguns amigos tem me perguntando com frequência sobre qual a diferença entre esses dois equipamentos, por isso resolvi escrever de forma resumida as suas principais características.
Lembrando que já podemos encontrar carros usados automáticos e automatizados, com excelentes preços a venda no comércio de veículos.
Câmbio automático:
O câmbio automático analisa a velocidade, rotação do motor e o peso da carga para definir qual marcha a ser engatada. O conversor de torque substitui a embreagem, ele é o responsável pelas trocas de marchas.
As marchas são trocadas de forma automática, e em caso de ultrapassagens ou da necessidade de se ganhar velocidade rapidamente, é necessário utilizar o sistema denominado quick down, traduzindo a expressão do inglês para o português ao pé da letra, significa pé no fundo.
O quick down, nada mais é do que um sensor localizado no fundo do pedal do acelerador, que ao acioná-lo reduz uma marcha ou mais..
Quando o câmbio automático surgiu, ele tinha apenas três marchas.
Lembro quando na minha adolescência, ainda existia um grande preconceito com este tipo de câmbio, por ser caro, gastar mais combustível e ter um valor de manutenção proibitivo.
Além disso, ouvia pessoas falando que carros com este equipamento eram carros de velhos, mulheres e de pessoas que não sabiam dirigir, além de outros comentários maldosos que não citarei.
Na verdade acho que é questão de gosto. É legal ter carro com câmbio manual, embora eu desde os meus 13 anos de idade, sonhe em ter um automático.
Os anos se passaram e o meu desejo por carros automáticos continuava. Eu poderia comprar um usado, mas nunca tive coragem. O medo era por desconhecer como os antigos proprietários haviam lhe tratado, visto que câmbios automáticos merecem mais cuidados e respeito.
Sempre quando pensava em adquirir um usado automático, me vinha à cabeça:
E se quebrar justamente comigo? Aí, eu acabava atrasando a realização do sonho mais uma vez.
Carros 0 km automáticos ainda eram muito caros, e eu sem condições de comprar um modelo top, aguardava a minha vez.
Até que com a popularização desta tecnologia os preços foram reduzidos e eu consegui enfim comprar o meu primeiro carro com câmbio automático.
Beberrão, mas altamente prazeroso e confortável foi assim que descrevi as primeiras impressões com meu carro automático. Após uns 10 mil km rodados o carro até que ficou mais econômico na cidade, na estrada sempre achei o consumo razoável.
Uma coisa é certa, depois que você tiver o seu primeiro automático, dificilmente trocará por um carro manual, falo disso por experiência própria. (meu primo já havia me alertado sobre isso)
Hoje, carros com câmbio automático podem ter até 8 marchas, além do CVT (Continuously Variable Transmission) oferece relações de marcha continuamente variáveis. Traduzindo, este câmbio tem variação de marchas infinitas, porque esta tecnologia não possui engrenagens, exatamente o que a difere de um câmbio automático tradicional.
As posições de marcha do câmbio automático podem variar, porém geralmente seguem esta ordem:
- P – Park (estacionado) bloqueia as rodas motrizes
- R – Reverse (marcha-a-ré)
- N – Neutral (neutro/ponto morto)
- D – Drive (faz todas as trocas de marcha de modo automático)
Antes de selecionar qualquer uma das marchas é necessário que o pedal do freio de serviço esteja acionado, e o carro deve estar totalmente parado.
Alguns modelos oferecem a opção de trocas manuais em aletas atrás do volante ou mesmo na manopla do câmbio.
Ultimamente a manutenção tem ficado mais em conta, mas ainda são poucos os profissionais que realizam serviços nesse tipo de câmbio.
Se você fizer as manutenções preventivas estabelecidas pelo fabricante, possivelmente não terá problemas com este câmbio, que podem chegar a uma durabilidade de 200 mil quilômetros, ou mais se tratados como se deve.
O câmbio automático além de roubar um pouco da potência do seu carro, pode consumir até 15% a mais de combustível em relação ao manual, mas o prazer de dirigir acaba compensando.
O sinal ficou vermelho, você parou o carro naquela subida, olhou pelo retrovisor viu aquele carro grudado na traseira do seu veículo… Ficou com receio de o carro morrer e descer?
Pois é, com o automático isso nunca vai acontecer, se a subida for realmente muito íngreme, ele pode até se deslocar lentamente para trás, mas é só no momento em que você tira o pé do freio. Ao acelerar o carro irá arrancar normalmente.
Ficou sem bateria? Será preciso recarregar, pois o automático não permite as famosas empurradinhas para fazer pegar no tranco.
Pontos fortes:
- Prazer e conforto ao rodar sem trancos;
- Despreocupação com trocas e reduções;
- Diminuição do estresse causado pelo esforço repetitivo de engatar as marchas no anda e para das grandes cidades.
Pontos Fracos:
- Custo de manutenção;
- Perda de potência;
- Considerável aumento no consumo de combustível.
Convido você a dirigir um carro automático e desfrutar do incrível prazer que um câmbio assim pode lhe proporcionar. Quem sabe depois disso, você mudará seu conceito em relação a esta tecnologia, e o seu próximo carro seja mais um automático a circular pelas ruas.
Câmbio automatizado:
O câmbio automatizado é uma evolução da embreagem automática, também chamado como câmbio semiautomático, que surgiu no final da década de 90. No Brasil ficou conhecido com a chegada do Mercedes Classe A.
Assim, o carro não tinha o pedal da embreagem, mas a troca da marcha era feita normalmente como num câmbio manual.
Outro exemplar com embreagem automática foi o Palio Citymatic de 1999, que não teve boa aceitação no mercado nacional e logo foi descontinuado.
Uma opção mais acessível no mercado, é como defino, este tipo de câmbio, que costumo chamar de uma imitação barata de câmbio automático.
Brincadeiras a parte, o câmbio automatizado ou robotizado, se difere por ter engrenagens normais e embreagem. Aliás, ele é um câmbio manual, controlado por uma central eletrônica responsável por acionar a embreagem e fazer as trocas de marcha automaticamente conforme a necessidade do motor.
Assim como no automático dispõe da função chamada quick down, para as reduções das marchas. Existe também a possibilidade de fazer trocas manuais utilizando a manopla do câmbio e trocas sequenciais através das borboletas (aletas) atrás do volante.
O primeiro câmbio robotizado que lembro ter sido lançado no Brasil foi da Chevrolet, batizado de easytronic, após vieram o dualogic da Fiat, Imotion da VW, seguido pelo atual Powershift da Ford.
Dirigi inicialmente o da Vw e achei o comportamento dele áspero nas trocas, e o fato do carro não se movimentar quando se tira o pé do freio causa certo desconforto. (desconforto normal para quem está acostumado com automáticos)
Andei também com o dualogic de primeira geração e achei o comportamento muito parecido com o que equipa os VW.
Recentemente pude experimentar o dualogic de segunda geração que adicionou o nome plus. Confesso que a direção se tornou mais prazerosa, e os trancos da versão anterior foram amenizados, o comportamento da transmissão melhorou infinitamente agora.
Além dessa diminuição nos trancos, o sistema agora conta com um dispositivo chamado creeping, que libera até 3,5 kgfm de torque mesmo sem o motorista acelerar, o carro se movimenta sozinho em primeira marcha ou na ré, imitando um automático convencional.
Só este fato, já ajuda bastante nas manobras, ainda mais se o terreno for inclinado. Outra vantagem também pode ser percebida em rampas, já que o câmbio passou a compreender melhor quando o carro está numa subida e assim não troca a marcha, evitando que o motor perca potência.
O câmbio da Fiat melhorou bastante, mas em subidas mais íngremes ainda assusta por não conseguir sustentar o carro parado.
Bons câmbios automatizados de dupla embreagem que não dão trancos nas passagens de marcha equipavam apenas modelos de luxo como os da VW e Audi.
Como eu disse “equipava”, pois agora a Ford disponibiliza esta comodidade no Ecosport e no New Fiesta produzidos no Brasil, dando fim aos indesejáveis trancos.
Ainda não dirigi um carro equipado com o tal “Powershift”, mas logo que eu consiga divulgarei no blog minhas impressões.
Segundo os especialistas, a manutenção desse tipo de transmissão é bem mais barata que a dos automáticos.
O preço pago por um câmbio automatizado, também é outro ponto que pesa a favor em relação ao automático, visto que, em alguns casos essa diferença pode ultrapassar os 50%.
Além disso, a potência e o consumo não sofrem alterações, já li reportagens afirmando que o consumo pode até ser melhor do que em carros do mesmo modelo equipados com câmbio manual.
Pontos fortes:
- Menor preço na compra e na manutenção;
- Melhor rendimento e consumo;
- Assim como no automático, o pé esquerdo pode ser aposentado.
Pontos fracos:
- Trancos nas trocas de marcha;
- Transmissão não sustenta veículo nas partidas em subidas íngremes;
- Por ainda ser tratado como novidade, pode causar restrições na revenda.
Se você realmente cansou das exaustivas trocas de marcha, mas não quer ou não pode pagar um pouco a mais para ter o conforto do câmbio automático, o automatizado pode ser uma opção bem interessante.
O conselho que sempre dou a todos é:
Dirija o automático e o robotizado e sinta como se comportam. Então compre aquele que mais lhe agrada e melhor atenda suas necessidades, sem se importar com as opiniões dos outros.
Em breve, postaremos dicas para comprar um carro usado automático, aguardem
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