Eu ainda lembro com muita saudade dos anos 90, antes da reabertura das importações dos carros. Nessa época eu conhecia exatamente todos os modelos vendidos no Brasil, além disso, eu e o Pedro tínhamos na ponta da língua todas as versões oferecidas em cada modelo. Só para exemplificar o Del Rey acima do ano de 1987, tinha as seguintes versões: L, GL, GLX e a top Ghia, e sabíamos distinguir uma das outras facilmente pelo acabamento interno ou externo, bons tempos aqueles.
O tempo passou e felizmente hoje temos inúmeras opções de compra no mercado. Confesso que às vezes encontro um carro na rua que desconheço. Quando isso acontece, recorro à internet para saber mais sobre aquele modelo.
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Hoje existem diversos carros no mercado que oferecem mais por menos. O que é muito tentador. Parece muito vantajoso comprar um carro top, recheado de equipamentos pelo mesmo preço da versão básica, de um modelo da concorrência. Porém, se deve ficar atento para não comprar um carro ruim de mercado.
Em minha opinião, optar comprar um carro assim não é nada vantajoso, pois possivelmente todo o dinheiro que você economizou na compra, irá perder na venda, porque certamente você comprou um dos carros ruins de mercado.
Existem carros que são tão difíceis de vender que só devem ser comprados se forem oferecidos por um excelente preço, ainda assim você corre o risco de estar arranjando um casamento, que é como considero a compra desses pobres carros tão rejeitados, que aqui os chamo como carros ruins de mercado.
Um exemplo básico de carros ruins de mercado
Um exemplo básico de carros ruins de mercado são aqueles com cores muito chamativas (azul, amarelo, verde), enfim qualquer uma que fuja do padrão (preto, prata, vermelho e branco) que são as opções preferidas pelo consumidor brasileiro.
Normalmente essas cores mais alegres e descontraídas são disponíveis apenas em algumas unidades no lançamento do carro, logo após deixam de ser produzidas.
Sinto que o preconceito em relação à cor, vem diminuído significativamente com o passar dos anos. Embora ainda exista dificuldade em vender carros que tem uma cor mais chamativa, existem alguns casos, que são menos prejudicados por ainda terem essas cores no catálogo dos fabricantes, por exemplo, o novo Uno que mesmo depois do seu lançamento continua contando com várias opções de cor.
Um exemplo da diminuição do preconceito é o aumento pela procura de carros brancos. Antigamente eram carros ruins de mercado por serem vistos como veículos utilizados por empresas (locadoras, táxis, ou de uso em serviço), e enfrentavam certa restrição para venda. Hoje eles estão na moda e em alguns casos paga-se até a mais para se adquirir um veículo branco 0 km.
Então se você não quiser dificuldades para revender seu carro, passe longe das cores menos comuns, por mais que elas lhe agradem.
Marcas de fabricantes que têm menor liquidez no mercado, também são modelos mais difíceis de vender e consequentemente tendem a ser mais desvalorizados.
Carros importados que vendem pouco e na maioria das vezes não possuem uma rede de assistência técnica forte, sofrem com alta desvalorização. Como exemplo, os carros chineses, que ainda são vistos com muita desconfiança pelos consumidores, o que os torna carros ruins de mercado.
Falando em alta desvalorização, lembro que os modelos mais caros também sofrem com isso, ou seja, quanto mais caro é um carro, maior e mais rápida é a sua queda de valores, claro que existem exceções.
Carros ruins de mercado você descobre também pela placa
Carros emplacados em outros estados também são considerados dores de cabeça, ou melhor, carros ruins de mercado.
Anos atrás, comprei um Fiat Mille Smart ano 2001, que era um carro muito bem conservado, primeiro dono, baixa quilometragem, enfim um automóvel muito bom para comprar.
Mas ele tinha um defeito grave, a placa com as letras MBT denunciava que se tratava de um carro de outro estado, e isso fez toda a diferença quando eu quis revender.
Quando o avaliador chegava para ver meu carro, torcia o nariz e jogava o preço lá em baixo, outros lojistas nem mesmo queriam o carro. Uns me informavam que iriam repassá-lo para outro lojista e que não deixariam o carro em seu pátio de vendas, portanto não poderiam pagar muito pelo meu carro.
Ouvi muitos não, e os compradores deixavam explícito que não comprariam simplesmente em função da placa do meu carro ser de outro estado.
Com isso aprendi que automóveis com placas de fora do seu estado de origem, são carros ruins de mercado.
Hoje em dia, considero isso menos intenso, mas ainda é comum ver carros na mesma loja, de mesmo ano e modelo, com o mesmo nível de conservação, com preços diferentes, e analisando a situação percebo que o emplacado fora do Paraná está sendo vendido abaixo do valor da tabela, vi um caso assim numa grande concessionária de Curitiba na semana passada.
Cuidado com carro de Leilão, Locadora, Táxi e …
Outros fortes candidatos a ficarem encostados na garagem sem receber visita de interessados são os carros vindos de leilão, que pertenceram a locadoras, empresas, ou os que prestaram serviços como táxi, ou ainda os com histórico de acidentes graves e que foram reparados. Normalmente carros assim, são oferecidos com um bom desconto. Agora você conhece mais um grupo de carros ruins de mercado que deve evitar. Particularmente, eu jamais compraria um deles.
Os carros que saíram de linha também perdem valor porque a manutenção e a substituição das peças ficam mais difíceis. Com o passar do tempo, quando esses carros tornam-se raros, normalmente o jogo se inverte, e seus preços se tornam muito elevados dependendo do seu estado de conservação.
Pouca gente gosta de carros rebaixados, turbinados ou com suas estruturas alteradas, é claro que existe mercado até para esses tipos de carros, porém o grupo de compradores é muito pequeno, assim os que apresentam tais alterações são também carros ruins de mercado.
Carros básicos também sofrem com desvalorização mais alta em relação aos completos, porque os completos vendem mais rapidamente.
Dica: acessórios instalados à parte, ao contrário do que muitos pensam, normalmente não valorizam seu carro, pois ninguém está disposto a pagar a mais por eles, então o melhor é você retirá-los antes de vender, e aproveitá-los no seu próximo veículo, outra opção é vendê-los separadamente.
Sim, eu poderia apresentar uma lista com os carros que ninguém quer, mas estou pensando em criar essa lista em outra oportunidade, de uma maneira mais elaborada e completa, e farei isso em breve, aguardem.
Agora que você já conhece um pouco mais sobre os carros ruins de mercado, pode ficar mais confiante quando for comprar o seu próximo carro usado, e essas dicas servem também para a compra de novos, que também sofrem de alta desvalorização em sua revenda.
Boa sorte e boa compra!
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